Negociação

Participantes do mercado

Banco Central: Ele é o órgão regulador e pode intervir para comprar ou vender moedas a fim de controlar grandes oscilações e garantir a estabilidade do mercado - o papel dele será explorado na seção seguinte.
Instituições Financeiras: Bancos, corretoras e casas de câmbio são as únicas autorizadas a realizar operações de câmbio para o público e para empresas.
Empresas: Principalmente importadoras e exportadoras, que precisam converter moedas para pagar por produtos ou receber por vendas.
Pessoas Físicas: Para finalidades como turismo, manutenção de residentes no exterior, investimentos ou recebimento de valores de outros países.

Regime de câmbio flutuante

O Brasil utiliza o sistema de câmbio flutuante. Isso significa que a cotação de uma moeda não é fixa, mas sim definida diariamente pela lei da oferta e da procura. Quando há mais moeda estrangeira entrando no país do que saindo, a tendência é que seu preço caia. Quando a procura por moeda estrangeira é maior que a oferta, seu preço tende a subir. Fatores econômicos e políticos, tanto internos quanto externos, influenciam diretamente essa variação.

Câmbio de Compra

Para entender os termos "compra" e "venda", o segredo é pensar sempre pela perspectiva da instituição financeira (o banco ou a casa de câmbio). Ou seja, um câmbio de compra é quando a instituição financeira paga para comprar a moeda estrangeira de você.

Exemplo

Imagine que você voltou de uma viagem e sobraram 100 dólares. Você precisa trocar esses dólares por Reais. Nessa situação, você está vendendo seus dólares para a casa de câmbio e, consequentemente, a instituição está comprando a moeda de você.

Observa que no mercado de câmbio sempre haverão duas taxas, uma de compra e uma de venda. Suponhamos que a instituição em que estamos negociando apresente as duas taxas abaixo:

Taxa de Compra: R$ 5,25
Taxa de Venda: R$ 5,45

No nosso exemplo, a taxa aplicada será a de compra. Logo, a casa de câmbio pagará R$ 5,25 por cada dólar seu - ao final, você receberá R$ 525,00 (100 x 5,25).

Câmbio de Venda

A lógica é exatamente a oposta, sempre do ponto de vista da instituição, é a negociação de câmbio onde há venda de moeda para você.

Exemplo

Você está planejando uma viagem e precisa comprar 100 dólares. Nesse caso, você está comprando a moeda estrangeira da casa de câmbio. Do outro lado do balcão, a instituição está vendendo a moeda para você.

Usando as mesmas taxas do exemplo da seção de compra de câmbio anterior:

Taxa de Compra: R$ 5,25
Taxa de Venda: R$ 5,45

A taxa aplicada será a de venda. Você precisará pagar R$ 5,45 por cada dólar e a operação custará R$ 545,00 (100 x 5,45).

Diferença entre as taxas e o spread cambial

De forma objetiva, a taxa de venda é sempre maior que a taxa de compra porque essa diferença é o que chamamos de spread cambial, e é basicamento os custos e o lucro das instituições financeiras (bancos, corretoras e casas de câmbio) nas operações de câmbio.

Pense nisso como qualquer outra operação comercial: a instituição "compra por um preço" e "vende por um preço mais alto" para ser lucrativa.

Exemplo

Você tem dólares e quer Reais: A casa de câmbio compra seus dólares por R$ 5,20 (taxa de compra).
Outra pessoa quer comprar dólares: A casa de câmbio vende os dólares para ela por R$ 5,40 (taxa de venda).
A diferença de R$ 0,20 por dólar (o spread) é o que permite à casa de câmbio pagar suas contas, se proteger dos riscos do mercado e, finalmente, ter lucro.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O IOF é um imposto federal que incide sobre diversas operações de crédito, câmbio, seguros e transações com títulos ou valores mobiliários. Em termos simples, quase toda vez que você realiza uma transação financeira que envolve a movimentação de dinheiro por meio de uma instituição, o IOF está presente.

Alguns exemplos de transações e seu imposto:

Operação	Alíquota de IOF
Compra com cartão de crédito internacional	3,5%
Envio de moeda para o exterior para fins de investimento	1,1%
Recebimento do exterior	0,38%
Importação e exportação de bens	0%